Nos últimos dias, o Sol emitiu uma sequência de erupções e ejeções de massa coronal (EMCs) direcionadas à Terra, fenômeno conhecido como tempestade geomagnética. Estas explosões gigantescas liberam partículas carregadas e radiação que, ao atingirem nosso planeta, podem interagir com o campo magnético terrestre. A Nasa flagrou um dos clarões mais intensos, gerando apreensão sobre os possíveis efeitos em infraestruturas tecnológicas.O impacto direto dessas tempestades solares na vida cotidiana pode ser mais significativo do que se imagina. Sistemas de navegação por satélite, como o GPS, podem sofrer interrupções ou imprecisões devido à perturbação das ondas eletromagnéticas na ionosfera. A internet, cada vez mais dependente de redes de satélites e cabos submarinos que utilizam alta tecnologia, também pode ser afetada, com possíveis lentidões ou quedas em conexões. As companhias aéreas monitoram atentamente essas atividades solares, pois a maior exposição à radiação em altas altitudes pode afetar tripulações e passageiros, além de interferir em sistemas de comunicação e navegação das aeronaves.A ciência acompanha e estuda o Sol há séculos, buscando entender seus ciclos de atividade, que variam em períodos de aproximadamente 11 anos. O chamado Ciclo Solar 25, que começou em dezembro de 2019, está em fase de crescimento, com a expectativa de que o pico de atividade ocorra por volta de 2024-2025. Esse aumento na frequência e intensidade de manchas solares e erupções é um indicativo de que tempestades geomagnéticas mais fortes podem se tornar mais comuns nesse período. Entender esses ciclos é crucial para o desenvolvimento de sistemas mais resilientes e para a previsão de eventos que possam representar um risco à nossa sociedade cada vez mais tecnológica.As autoridades e agências espaciais ao redor do mundo trabalham em conjunto para monitorar a atividade solar e emitir alertas antecipados sobre possíveis tempestades geomagnéticas. A resiliência das redes de energia elétrica é um ponto de atenção, pois surtos de partículas carregadas podem induzir correntes em linhas de transmissão, potencialmente causando blecautes em larga escala. A pesquisa contínua e o investimento em tecnologia de blindagem e redundância são essenciais para mitigar esses riscos e garantir a continuidade dos serviços essenciais em um mundo cada vez mais interconectado e dependente da tecnologia.