O Rio de Janeiro se despede de Bira Presidente, um dos pilares do samba nacional, cujo velório acontece na capital fluminense, reunindo uma multidão de admiradores. Bira, falecido no último sábado aos 88 anos, deixou um legado inestimável para a música brasileira, sendo um dos fundadores de duas instituições cruciais para o samba: o Cacique de Ramos, icônico bloco carnavalesco, e o renomado grupo Fundo de Quintal. Sua partida representa uma perda significativa para a cultura do país. A cerimônia de despedida tem sido marcada por homenagens emocionadas de diversos nomes do samba e do carnaval, que comparecem para prestar suas últimas reverências ao mestre. Artistas, compositores, produtores e amigos pessoais destacam não apenas a relevância musical de Bira Presidente, mas também seu papel como mentor e inspirador de gerações de sambistas. Sua contribuição transcendeu palcos e estúdios, moldando a própria identidade do samba de raiz. Em reconhecimento à sua importância, a Prefeitura do Rio de Janeiro decretou luto oficial de três dias. Este gesto simbólico sublinha a profunda gratidão da cidade por Bira, que dedicou sua vida a difundir a autenticidade e a riqueza do samba. O Cacique de Ramos, por exemplo, sob sua liderança participativa, tornou-se um celeiro de talentos e um ponto de encontro fundamental para a efervescência musical carioca, revelando nomes que marcariam a história do gênero. A trajetória de Bira Presidente se confunde com a própria história do samba. Ele não foi apenas um músico, mas um articulador cultural que incentivou a criação e a profissionalização de muitos artistas. O Fundo de Quintal, grupo que ajudou a fundar, revolucionou o samba ao incorporar instrumentos como o banjo e o tantã, influenciando toda uma geração. Seu legado continuará vivo nas rodas de samba, nas escolas e nos corações de todos que amam a verdadeira essência da música brasileira.