Livros de colorir: De febre nas redes à consagração na Bienal do Livro
A Bienal do Livro Rio 2025 está sendo palco de um fenômeno interessante no mercado editorial: a consagração dos livros de colorir, impulsionados pela estrondosa popularidade da artista Bobbie Goods nas redes sociais. O que começou como uma tendência viral no ambiente digital, com milhões de visualizações e compartilhamentos de vídeos e imagens de pessoas colorindo e exibindo suas obras, rapidamente se traduziu em um sucesso de vendas offline, transformando os estandes da Bienal em verdadeiros pontos de encontro para fãs e curiosos. A ascensão de Bobbie Goods é um testemunho do poder das redes sociais em catalisar tendências de consumo e no impacto direto que influenciadores digitais podem ter sobre o mercado tradicional. Sua estética leve, com designs intrincados e personagens cativantes, ressoa com um público diversificado que busca momentos de relaxamento, descontração e uma forma acessível de expressão criativa. O sucesso desses livros transcende a mera compra de um produto; é a adesão a um estilo de vida que valoriza o bem-estar mental e a arte como terapia. Este ressurgimento dos livros de colorir, especialmente em Bienais e feiras literárias, também reflete uma necessidade latente na sociedade contemporânea por atividades que proporcionem uma pausa do ritmo acelerado da vida digital. Em um mundo dominado por telas e informações constantes, colorir oferece uma oportunidade de desconexão, foco e mindfulness. É um retorno às atividades manuais que estimulam a criatividade e a concentração, funcionando como uma espécie de meditação ativa que reduz o estresse e a ansiedade. O fenômeno não se limita apenas aos livros de colorir de entretenimento. Observamos também o surgimento de ‘romantasias’ – a fusão de romances com elementos de fantasia e, em alguns casos, livros devocionais que incorporam ilustrações para colorir. Essa diversificação demonstra a adaptabilidade do formato e o potencial de alcançar diferentes nichos de mercado, reforçando a ideia de que o ato de colorir pode ser integrado a diversas experiências, desde o escapismo ficcional até a reflexão espiritual. A preocupação com a autenticidade, como a busca por livros originais de Bobbie Goods e a identificação de falsificações, também evidencia a valorização da propriedade intelectual em um mercado impulsionado pela demanda.