No dia do seu aniversário de 79 anos, Donald Trump presenciou a realização de uma parada militar sem precedentes em Washington, a primeira em três décadas. Este evento, que incluiu a exibição de veículos blindados e aeronaves militares, foi proposto e fortemente desejado pelo então presidente como uma demonstração de força e patriotismo, inspirada em desfiles militares de outros países. A grandiosidade do espetáculo, contudo, ocorreu em meio a um cenário de intensa polarização política nos Estados Unidos, resultando em significativos protestos e manifestações anti-Trump em diversas cidades. A decisão de promover tal evento em um momento de divisões sociais e políticas gerou um debate acalorado sobre os gastos públicos e apropriação de símbolos nacionais. A organização da parada militar representou um custo considerável para os contribuintes americanos, o que se tornou um dos principais pontos de crítica por parte da oposição e de grupos civis. Muitos argumentaram que os recursos poderiam ser mais bem empregados em áreas como saúde, educação ou infraestrutura, em vez de um desfile que foi visto por alguns como uma demonstração pessoal de poder do presidente. Os protestos, que reuniram milhares de pessoas, refletiram a insatisfação com a política interna e externa de Trump, bem como a percepção de um estilo de liderança que muitos consideravam autoritário. Historicamente, o Brasil, assim como outros países, realiza desfiles militares em datas comemorativas, como o 7 de Setembro, dia da Independência. Essas celebrações, embora também possam gerar debates sobre despesas e propósitos em contextos de crise, são tradicionalmente vistas como eventos cívicos para reforçar a identidade nacional e o papel das Forças Armadas na defesa do país. A parada em Washington, no entanto, foi interpretada por muitos como uma politização das forças armadas, um tema sensível em democracias que prezam pela neutralidade militar e pela separação entre poder político e militar. O legado deste evento, que combinou a celebração de um aniversário presidencial com uma exibição militar e protestos massivos, é complexo. Ele sublinha as tensões políticas e sociais que permearam a presidência de Donald Trump e as profundas divisões ideológicas que caracterizaram o período. A parada militar, destinada a ser um símbolo de união e força, acabou por acentuar as fraturas existentes na sociedade americana, deixando um registro de um momento de intensos contrastes na história política dos Estados Unidos.