Auxílio alimentação da Alerj custou R$ 143 milhões em 11 meses e pode ter batido recorde de gastos em 2024

Dinheiro gasto com o benefício entre janeiro e novembro de 2024 é superior ao ano todo de 2023 e, na média, é maior que os gastos com o auxílio em 2022. O Ministério Público do RJ aguarda explicações da Alerj desde 2023. Deputados da Alerj deliberam sobre o Orçamento do estado para 2025
Thiago Lontra/Divulgação
A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) pode bater o recorde de gastos com a alimentação de seus funcionários em 2024. O Poder Legislativo gastou R$ 143 milhões com o auxílio alimentação entre janeiro e novembro do ano passado. Os gastos do mês de dezembro ainda não estão no Portal da Transparência.
O valor de onze meses de 2024 já é superior aos gastos com alimentação em todo ano de 2023 (R$ 140 milhões) e deve ultrapassar o total repassado em 2022, quando chegou em R$ 149 milhões.
Em média, o parlamento fluminense gastou R$ 13,2 milhões com auxílio alimentação por mês do ano passado.
O benefício não aparece no contracheque dos servidores da Alerj e não é possível ver no Portal da Transparência da Alerj quem recebe e quanto recebe.
R$ 140 por dia
Cada cota de auxílio alimentação na Alerj é de R$ 1.470. O equivalente a R$ 70 por dia. Contudo, alguns servidores ganham duas cotas do benefício. Nesses casos, o total é R$ 2.940 ou R$ 140 para cada dia trabalhado.
O valor do auxílio não entra na conta do trabalhador como salário. O funcionário recebe um depósito específico do auxílio alimentação em outra data. Ele pode usar esse dinheiro como achar melhor. Na prática, o auxílio funciona como um complemento de salário.
MP investiga
No fim de 2023, o Ministério Público instaurou uma investigação para tentar abrir a caixa-preta do auxílio alimentação na Alerj, depois de uma reportagem do RJ1 que mostrava que a despesa com o benefício triplicou entre 2017 e 2023.
Alerj gasta 25% a mais com auxílio-alimentação, sem transparência
Para investigar as eventuais irregularidades no aumento do gasto, o MP fez vários questionamentos. Entre eles, o órgão quer saber se há uma cota ou limite com auxílio alimentação em cada gabinete, e quer saber qual o valor da tal cota.
Os procuradores também questionaram sobre a evolução da despesa com o auxílio nos últimos anos, para que sejam apontados os motivos e as justificativas para o valor ter triplicado.
O ofício foi enviado à Alerj no começo de 2024, mas até o momento não teve resposta. Meses depois, uma nova cobrança foi feita. Novamente sem retorno. O próprio presidente do parlamento recebeu um pedido por explicações do MP, mas também não respondeu.
Suspeita de rachadinha com auxílio
Na última semana, o RJ2 mostrou denúncias de ex-funcionários do gabinete da deputada Índia Armelau (PL) que dizem que o auxílio alimentação era utilizado em um esquema de rachadinha. A parlamentar nega as acusações.
O Ministério Público abriu uma investigação para apurar a denúncia.
A rachadinha é quando um servidor público se apropria de parte dos pagamentos mensais de seus subordinados, nesse caso os assessores da parlamentar.

Keep Up to Date with the Most Important News

By pressing the Subscribe button, you confirm that you have read and are agreeing to our Privacy Policy and Terms of Use
Advertisement