O GLOBO levantou os perfis dos 39 treinadores que iniciaram a temporada nos times das duas primeiras divisões nacionais Escolher o técnico que vai iniciar a temporada por um clube é mais do que selecionar nome e negociar. É entender por quem passará pré-temporada, montagem de elenco e a ideia de jogo que, preferencialmente, se manterá até o fim do ano. Esse desafio tem ficado cada vez maior no competitivo futebol brasileiro: levantamento do GLOBO mostra que, em cinco anos, o perfil de treinadores que iniciaram as temporadas pelo 20 clubes que disputam a Série A se deslocou em faixa etária, nacionalidades e bagagem. Com exceção do crescimento de nomes estrangeiros, todos os quesitos diminuíram em 2025.
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O levantamento reuniu idade, número de títulos e conquistas específicas no Brasil (de nível ao menos estadual e de segunda divisão nacional) dos 19 treinadores que iniciaram a temporada (com exceção do Botafogo, que segue sem técnico) para mapear o panorama atual da função. Em comparação, foram levantados os dados da temporada 2020, cinco anos atrás, período que também marca o aumento da entrada de estrangeiros nos comandos dos clubes. O resultado mostrou que as equipes da elite têm apostado em nomes mais jovens e com menos bagagem no futebol.
A idade média de um treinador da Série A, por exemplo, caiu de 52 para 49 anos. Os técnicos na casa de 40 anos e abaixo são maioria hoje: Juan Pablo Vojvoda e Roger Machado (49 anos), Fernando Seabra (47), Léo Condé e Abel Ferreira (46), Fábio Matias (45), Pepa (44), Zubeldía (43), Eduardo Barroca (42), Thiago Carpini (40) e o mais jovem da Série A, Filipe Luís, de 39 anos.
Perfil dos técnicos em 2025
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O treinador do Flamengo é um exemplo da menor exigência em termos de currículo das equipes da elite. Vitorioso e identificado com o clube como jogador, além de técnico de sucesso nas categorias de base, o ex-lateral faz no rubro-negro seu primeiro trabalho profissional da carreira. Faturou um título já em 2024, na Copa do Brasil.
Primeiros trabalhos
Em 2020, os treinadores chegavam aos clubes com média de 13 trabalhos anteriores. Cinco anos depois, o número caiu para 11. Nove dos 19 sequer completaram dez trabalhos na carreira: casos de nomes multi vitoriosos como Abel Ferreira e Rogério Ceni e nomes promissores como Fernando Seabra e Thiago Carpini.
Perfis dos técnicos na temporada 2025
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Os currículos porém, seguem parecidos. O número de títulos conquistados pelos treinadores antes de chegarem aos atuais clubes diminuiu matematicamente, mas se manteve nas médias de cinco conquistas totais e três no Brasil. Por outro lado, o número de estrangeiros cresceu: são sete, contra quatro em 2020. Na ocasião, eram dois portugueses (Jorge Jesus e Jesualdo Ferreira), um argentino (Eduardo Coudet) e um venezuelano (Rafael Dudamel).
Dos 20 técnicos que iniciaram a temporada em clubes de Série A naquele ano, apenas quatro voltam a abrir a temporada na elite: Eduardo Barroca, Rogério Ceni, Fernando Diniz e Roger Machado. Dorival Júnior, então comandante do Athletico, hoje treina a seleção brasileira.
Série B tem mais velho e mais jovem
O GLOBO também levantou os números dos clubes da Série B em 2025. Entre eles, estão o mais velho e o mais jovem treinador das duas primeiras divisões nacionais. O Amazonas apostou em Aderbal Lana, nome lendário do futebol local. Mais velho em atividade no Brasil, tem 78 anos de idade e 52 de carreira. Por outro lado, a segunda divisão tem o treinador mais jovem das séries A e B: William Batista (31), do América-MG.
Conhecido da torcida do Vasco, onde foi interino em 2023 após destaque na base, ele voltou ao Coelho, clube em que também havia feito carreira nas categorias inferiores, e foi escolhido pela diretoria para assumir o time em 2025.
Perfis dos técnicos na temporada 2025
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A Série B caminha de forma diferente da elite. Atualmente, é um campeonato em que se busca técnicos com larga experiência, ainda que mais jovens. A média de idade é de 46 anos e a de trabalhos, 13. Márcio Fernandes, Gilmar Dal Pozzo, Eduardo Baptista, Enderson Moreira e Zé Ricardo são os comandantes com 50 anos ou mais.
Somadas as duas principais divisões do futebol nacional, o perfil médio de um treinador no futebol do país, hoje, é de 48 anos de idade, brasileiro, com três títulos conquistados (pelo menos dois no Brasil) e 12 trabalhos já realizados.
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