Moradores são vítimas de golpe após comprarem casas pré-moldadas na região de Itapetininga

O possível prejuízo pode passar de um milhão e meio de reais por parte das vítimas que investiram em imóveis de uma construtora do Paraná. Donos de terrenos acusam construtora de golpe em Itapetininga
Uma construtora de casas pré-fabricadas deu prejuízo para donos de terrenos, na região de Itapetininga (SP). Segundo os moradores, a empresa Paraná foi contratada e a previsão era que os imóveis fossem entregues no início de 2024, mas os projetos não saíram do papel.
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Uma das clientes da construtora aguarda desde 2023. Maria do Carmo, assinou o contrato, para construção do sítio em Fartura (SP). O sonho de 40 anos foi interrompido e apenas a base da estrutura foi construída.
“Entramos em contato [com a construtora], no dia 10 de novembro de 2023, assinamos o contrato, registrado em cartório e foi pago a entrada, na época. Depois, [funcionários] apareceram, no início de janeiro de 2024, para começar a obra e nunca mais [voltaram]”, contou Maria do Carmo.
A empresa contratada tinha prometido entregar o imóvel pronto no março de 2024, mas após metade do prazo previsto no contrato, a empresa começou a exigir o pagamento à vista.
Maria do Carmo foi uma das vítimas da construtora e só conseguiu ver o início da obra
Reprodução
Maria do Carmo fez um empréstimo no banco, acreditando que a obra fosse concluída, mas levou um prejuízo que já passa dos R$ 180 mil.
“Nesse sítio, a gente mexia com gado leiteiro. Agora em outubro, como eu tinha que pagar o banco, pelo empréstimo que eu tinha feito, nós vendemos tudo. Fora os gastos com remédio, médico, pois eu estou em estado de choque, assim como todas as vítimas, né?”, contou.
Ela e outras 20 pessoas afirmam ter sido vítimas da mesma construtora, que tinha sede em São José dos Pinhais, no Paraná. Os clienteas abriram boletim de ocorrência por estelionatário e entraram com representação na justiça.
Quem também assinou contrato em 2023 foi Danilo José da Cruz, o plano era a construção de uma casa veraneio próximo à represa de Avaré (SP). Na época ele deu entrada no valor de R$ 50 mil.
“Era um contrato de R$ 135 mil, onde eu daria R$ 50 mil de entrada, no fechamento do contrato. O restante seria pago conforme a obra iria avançando, divida em quatro etapas: na formação, na construção das paredes, no telhado e entrega das chaves”, contou Danilo.
Segundo a vítima, a empresa alegou que estava enfrentando problemas financeiros e o Danilo chegou a receber uma ligação do setor jurídico da construtora, propondo desfazer o acordo.
Os moradores tentaram contato com os responsáveis da empresa, mas, segundo eles, foram várias tentativas sem sucesso.
Terreno do Danilo José da Cruz, onde seria construída a casa pré-fabricada, em Avaré
Reprodução
Especialista orienta sobre casos como este
Tiago Pereira, advogado especialista em direito imobiliário, orientou que, antes de contratar um serviço, o cliente precisa analisar com atenção a reputação da empresa.
“Buscar informações com vizinhos, amigos e internet, redes sociais, sites de reclamação, para buscar a prestação de serviço desse construtor e como ele tem solucionado os eventuais problemas que ocorre em uma obra”.
Conforme o advogado, caso o contratante se sinta prejudicado em algum momento, é importante recorrer a um especialista. “É importante buscar um advogado para que ele possa encontrar uma maneira de suspensão de pagamentos, até que a obra progrida de fato, condizente com os valores pagos”, reforçou.
Os moradores abriram boletim de ocorrência por estelionatário e entraram com representação na justiça
Reprodução
Outro lado
A TV TEM tentou contato com a empresa Dois Irmãos Casas Pré-fabricadas, em São José dos Pinhais, mas sem retorno, até o momento.
Em nota, a Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública (SSP) de São Paulo disse que orientou as vítimas a apresentarem documentos para auxiliar nas investigações. Enquanto a SSP do Paraná ainda não retornou sobre o caso.
Já a Prefeitura dos São José dos Pinhais, no Paraná, onde a construtora tinha sede, informou que a empresa possui alvará ativo no município, mas está em pendência, desde 2022.
Ainda segundo a prefeitura de São José dos Pinhais, foi instaurado um processo administrado para interdição das atividades da empresa, considerando a existência de demandas judiciais em andamento.
O Procon de São José dos Pinhais mudou de endereço e, por esse motivo, ainda não foi formalmente notificado para dar posicionamento sobre o caso.
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