Romi Gonen, Emily Damari e Doron Steinbrecher foram listadas como primeiras reféns a serem soltas pelo Hamas A Cruz Vermelha já iniciou o processo para resgatar as primeiras três reféns envolvidas na primeira etapa do acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, negociado com a ajuda de mediadores internacionais. Doron Steinbrecher, Emily Damari e Romi Gonen devem ser entregues por militantes do grupo terrorista aos representantes da organização internacional, responsáveis por conduzi-las a posições do Exército de Israel. Em troca, o Estado judeu irá libertar 90 prisioneiros palestinos, mulheres e menores de idade, detidos em prisões do país.
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A equipe da Cruz Vermelha responsável por receber as reféns começou a se deslocar ao encontro das vítimas por volta das 15h30 (10h30). Um pouco antes, por volta das 15h, o Serviço Prisional de Israel começou a transferir os prisioneiros palestinos envolvidos na troca pelas reféns para a Prisão de Ofer, localizada ao norte de Jerusalém, de acordo com fontes ouvidas pelo jornal israelense Haaretz.
Na primeira troca, 78 pessoas, entre mulheres e menores de idade, serão libertados para a Cisjordânia e 12 para Jerusalém Oriental. Todos serão submetidos a exames médicos e verificações de identidade no complexo prisional, antes de serem transferido para a Cruz Vermelha (os que vão para a Cisjordânia) e para a Polícia de Israel (os que serão soltos em Jerusalém).
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O cessar-fogo em Gaza começou neste domingo após um atraso de quase três horas na divulgação pelo Hamas da lista com as identidades das reféns, com novos ataques israelenses sendo registrados no enclave palestino pela manhã — de acordo com a Defesa Civil de Gaza, administrada pelo Hamas, 19 pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas.
O Hamas justificou que “complicações no terreno e a continuação dos bombardeios” motivaram o atraso no envio da lista com os nomes a Israel. Contudo, por volta das 11h15 (06h15 em Brasília), autoridades israelenses confirmaram ter recebido a confirmação do grupo palestino.
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, comemorou a soltura das reféns israelenses. Em uma publicação na Truth Social, antes mesmo da confirmação da troca, o republicano escreveu: “Reféns começando a ser libertados hoje! Três maravilhosas jovens mulheres serão as primeiras”.
Conheça abaixo, com o infográfico, os 33 reféns que estão previstos para ser libertados:
Conheça os 33 reféns que devem ser libertados neste domingo (19)
Romi Leshem Gonen, de 24 anos, foi sequestrada em uma emboscada enquanto tentava fugir da festa rave Supernova, onde o Hamas executou uma chacina no dia 7 de outubro de 2023. Em um relato à rede britânica BBC, a mãe da jovem disse que as duas trocaram mensagens pelo celular enquanto ela tentava escapar do local. Ela teria implorado por ajuda depois de ter sido baleada.
Emily Damari, de 28 anos, foi capturada por terroristas do Hamas no kibutz Kfar Aza, a cerca de 2 km da fronteira com Gaza. Portadora de nacionalidade britânica-israelense, a jovem foi citada por outros reféns libertados anteriormente, que disseram ter tido contato com ela, segundo disse sua mãe em um evento memorial em Londres. O governo do Reino Unido comemorou a inclusão da jovem na primeira leva de reféns a ser libertada e se disse pronto para “apoiá-la em sua libertação”.
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Doron Steinbrecher, de 31 anos, também foi raptada no kibutz Kfar Aza, atacado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023. A veterinária chegou a encaminhar uma mensagem de voz aos amigos, por volta de 10h30 do dia 7 de outubro, antes de ser levada para o enclave palestino: “Eles chegaram, eles me pegaram”, dizia.
O formato definido pelo acordo negociado com ajuda de mediadores no Catar impõe que o Hamas divulgue uma lista antecipada, indicando os nomes dos reféns que serão libertados em cada dia da trégua. Além das três mulheres, outros 30 reféns devem ser libertados ao longo das próximas seis semanas, em troca de centenas de palestinos presos por Israel. Outros cativos, dentre os quais se acredita haver mortos, devem ser soltos ou ter os corpos entregues numa segunda fase do acordo.
Entenda o acordo
De acordo com plano apresentado pelos EUA em maio, que é a base do acordo aprovado agora, a proposta prevê a libertação — ou entrega de corpos — de 33 pessoas na primeira etapa, incluindo: (1) mulheres (cada uma delas em troca de 30 prisioneiras palestinas); (2) menores de 19 anos (cada um em troca de 30 presos menores de idade); (3) homens idosos com mais de 50 anos (cada um em troca de 30 idosos presos); (4) civis feridos ou doentes (em troca de presos doentes, mas limitado a 15 anos de tempo restante de prisão); e soldados mulheres (cada uma em troca de 50 prisioneiros palestinos, dos quais 30 condenados à prisão perpétua e 20 a outras penas limitadas a sentenças de 15 anos).
A previsão é de que os reféns sejam libertados gradualmente ao longo de 42 dias, com a seguinte divisão: no primeiro dia, três; no sétimo, quatro; no 14º, três; no 21º, três; no 28º, três; no 35º, três, com os 14 remanescentes na última semana da primeira fase. Estima-se que os prisioneiros palestinos devem começar a ser libertados gradualmente em relação aos reféns só depois das 16h locais (11h em Brasília) deste domingo.
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Jack Guez/AFP
Os 33 reféns, incluindo dois que foram sequestrados há dez anos, estão entre os 96 cativos (israelense e estrangeiros) ainda em Gaza desde o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro de 2023 contra Israel, que desencadeou a guerra — 157 foram resgatados em uma trégua em novembro de 2023 ou em operações militares. De acordo com o jornal israelense Haaretz, 36 estão mortos. Entre os reféns listados para essa primeira etapa, de acordo com o Haaretz, estão os irmãos Bibas, Ariel e Kfir, este último sequestrado quando tinha apenas dez meses.
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AFP
As negociações para uma segunda e terceira fases começariam no “16º dia” após a implementação do acordo. A segunda fase, explicou o Haaretz, incluirá a libertação dos 65 reféns remanescentes. Apesar disso, não há garantias de que o acordo seguirá em vigor até o fim das primeiras semanas previstas ou prosseguirá para além da primeira fase. (Com AFP e NYT)
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