Ben-Gvir ameaçou pedir demissão na quinta-feira, mas disse que não derrubaria a coligação e consideraria voltar ao atual governo se guerra recomeçasse após primeira fase da trégua O ministro da Segurança Interna de Israel, Itamar Ben-Gvir, renunciou neste sábado em retaliação ao acordo de cessar-fogo aprovado com o Hamas na Faixa de Gaza. Na quinta-feira, já havia ameaçado pedir demissão, mas afirmou que não derrubaria a coligação. Membro do partido de extrema direita Poder Judaico, ele chamou o acordo de “imprudente” e declarou que consideraria voltar ao governo liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se a guerra recomeçasse após a primeira fase da trégua.
— Se a guerra contra o Hamas for retomada, com intensidade, para alcançar os objetivos que ainda não foram atingidos, voltaremos ao governo — disse ele em entrevista coletiva em Jerusalém na quinta-feira, acrescentando que o acordo não envolverá a libertação de todos os reféns.
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Ben-Gvir ocupava um lugar no Gabinete israelense ao lado de outros dois membros do Poder Judaico e contribui com seis deputados, incluindo ele mesmo, para a coalizão de 68 parlamentares de Netanyahu no Knesset, o Parlamento israelense. Ainda assim, ele esclareceu que “sob [sua] liderança, o Poder Judaico não derrubará Netanyahu e não agirá com a esquerda […] contra o governo”.
Ben-Gvir também pediu ao ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, líder do partido Sionismo Religioso, que renunciasse. Smotrich declarou na quinta-feira que o acordo de cessar-fogo era “perigoso” para a segurança de Israel.
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Após as declarações, o partido Likud de Netanyahu afirmou em um comunicado: “Quem desmonta um governo de direita estará para sempre em desgraça.” O acordo de cessar-fogo, acrescentou, permitiria a Israel “maximizar o número de reféns vivos que serão libertados… (e) alcançar sucessos de segurança que garantirão a segurança de Israel por gerações”.
Pressão interna
Tanto Ben-Gvir quanto Smotrich reiteraram repetidamente a necessidade de continuar a guerra em Gaza, com o primeiro admitindo que bloqueou várias tentativas anteriores de alcançar um cessar-fogo.
O acordo, mediado por Catar, Egito e Estados Unidos e aprovado por Israel neste sábado (noite de sexta em Brasília), prevê inicialmente que 33 reféns, vivos e mortos, sejam libertados ou tenham seus corpos entregues em troca de centenas de prisioneiros palestinos detidos em prisões israelenses. Desses 33 nomes, dois deles, Hisham al-Sayed e Avera Mengistu, ambos com transtornos mentais, foram capturados há cerca de dez anos pelo Hamas. Os demais foram sequestrados durante o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023,
No entanto, Ben-Gvir propôs uma abordagem alternativa na quinta-feira:
— Para a libertação dos reféns, é necessário interromper completamente a ajuda humanitária enviada a Gaza — acrescentou. — Somente com essa condição, o Hamas libertará nossos reféns sem colocar em risco a segurança de Israel.
(Com AFP)
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