Segundo o primeiro-ministro israelense, Israel não descansará até ter ‘todos os seus objetivos de guerra atingidos’ Em seu primeiro discurso desde que o acordo de cessar-fogo e libertação dos reféns em Gaza foi firmado, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, chamou o cessar-fogo de “temporário” e ameaçou retomar os combates casos as etapas da proposta não sejam cumpridas. A declaração acontece na véspera da trégua entrar em vigor, às 8h30 (horário local) de domingo. O premier não falava à nação desde antes da realização de uma cirurgia, no mês passado.
Netanyahu afirmou ter recebido apoio tanto do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que assumirá na segunda-feira, quanto do atual mandatário, Joe Biden, para retomar a ação na Faixa de Gaza caso o Hamas, que governo o território palestino desde 2007, não seguir o acordo. O aval incluiria fornecimentos de armas, disse o primeiro-ministro, acrescentando que Israel não descansará até que “todos os seus objetivos de guerra sejam concluídos” — o que inclui o retorno dos reféns em Gaza, mas também a destruição do Hamas.
Antes mesmo do discurso, Netanyahu já havia exigido uma lista dos reféns que seriam libertados no domingo, antes da primeira troca de prisioneiros, condicionando o cumprimento do cessar-fogo à questão. Uma das exigências da trégua que os nomes dos reféns que serão soltos a cada dia seja liberado pelo Hamas com 24 horas de antecedência, o que significa que já neste sábado devem ser confirmados quem estará na primeira entrega.
“Não prosseguiremos com a implementação do acordo até que tenhamos recebido, conforme combinado, a lista de reféns a serem libertados”, disse Netanyahu em um comunicado mais cedo.
Um porta-voz do líder israelense disse à AFP que a lista em questão era a de reféns que deveriam ser libertados no domingo, a partir das 14h30 (11h30 no horário de Brasília), seis horas após a trégua entrar em vigor.
O aceite final israelense à proposta, anunciada na quarta-feira, foi concluído na sexta após duas votações realizadas primeiro no Gabinete de Segurança, um órgão restrito com apenas 11 integrantes, e depois no Gabinete de Governo, que inclui todos os 33 ministros do governo Netanyahu. Segundo a imprensa israelense, 24 ministros votaram a favor e oito foram contrários ao acordo, entre eles o ministro da Segurança Interna de Israel, Itamar Ben-Gvir, de extrema direita, que renunciou neste sábado.
A primeira fase do acordo trata sobre a libertação ou devolução dos restos mortais de 33 cativos, em troca de prisioneiros palestinos detidos em Israel. O Ministério da Justiça israelense divulgou uma lista parcial com 95 nomes, entre os quais há mulheres e crianças. Esta etapa, que deve durar seis semanas, também inclui uma retirada gradual de forças israelenses de determinadas posições, com o retorno da população civil ao norte de Gaza.
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