Um ano depois, caso de jovem esganada por casal, carregada em mala e queimada segue sem julgamento em Juiz de Fora

Brunna Letycia foi morta no dia 2 de janeiro em um apartamento no Bairro Previdenciários e carbonizada no Bairro Milho Branco. O processo foi suspenso em junho, após pedido de insanidade mensal pela defesa da ré. Casal que matou jovem colocou o corpo dentro de mala para sair de prédio em Juiz de Fora
Um ano depois, ainda há incertezas sobre a morte de Brunna Letycia Vicente Alves de Souza Leonel, à época com 24 anos. A família da jovem, que desapareceu no dia 2 de janeiro e foi encontrada morta dois dias depois, em um matagal do Bairro Milho Branco, em Juiz de Fora, queixa-se dos dias de luto e da demora na conclusão do processo.
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De acordo com a investigações, Brunna teria ido até o Bairro Previdenciários, no apartamento onde estava o casal suspeito do crime: Erick Dornelas e Renata Alexandre Santana.
No apartamento, os três teriam bebido juntos, mas uma discussão por ciúmes levou à morte de Brunna por asfixia e esganadura.
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“É difícil tocar nesse assunto, porque a minha vida acabou. Eu não tenho mais vida, não tenho mais vontade de fazer as coisas. Acabou o brilho, acabou o colorido, acabou tudo. Eu não tenho vontade de viver, entendeu? É o que o psicólogo falou, o que me segura é porque tenho meu neto, tenho dois netos, e para eu conseguir ter força e me apegar a eles”, disse em entrevista à TV Integração Jane Vicente, mãe da vítima.
“Uma mulher está tentando se passar por uma pessoa sem insanidade, sendo que a primeira reação dela quando cometeu o crime era fugir, era esconder o corpo junto com o outro criminoso. Então, a gente fica se perguntando o que a Justiça está esperando para condenar esses dois por uma pena máxima. Olha o estado da mãe, olha como a mãe está, olha como a família está”, desabafou Humberto Cotta, irmão de Brunna.
Processo suspenso em junho
O processo principal foi suspenso no dia 25 de junho do ano passado, depois de um pedido da antiga defesa de Renata Alexandre Santana, uma das suspeitas do crime, para a realização de um exame de insanidade mental.
Segundo a atual defesa da ré, o laudo do exame foi considerado insuficiente de acordo com as provas entregues à perícia, o que prolonga ainda mais a duração do processo.
“Ele foi deferido, porque existiam provas que corroboravam com esse pedido. Existiam atestados médicos que mostravam que a ré estava enfrentando uma depressão muito séria. Devido a essas provas que foram inseridas nos autos, a antiga defesa solicitou esse exame para avaliar as condições de saúde mental da ré. O laudo foi deferido pelo juiz, porque era pertinente. Quando o laudo veio ao processo, percebemos que ele era insuficiente em alguns quesitos. Ele não enfrentou certas provas e aspectos que deveriam ser analisados pela perícia”, explicou Eleonora Lucena, advogada de defesa de Renata.
Mala onde estava o corpo foi queimada
Câmeras de segurança registraram o casal saindo do prédio com uma mala enrolada em uma coberta, com o corpo de Brunna dentro.
Segundo as investigações, os suspeitos chamaram um carro de aplicativo e foram até um matagal no Milho Branco, onde teriam ateado fogo à mala.
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Câmera de segurança
No dia 4 de janeiro, os restos mortais da jovem foram encontrados carbonizados. O casal suspeito do crime foi preso em flagrante e teria confessado o crime, segundo a polícia.
A Polícia Civil concluiu o inquérito em fevereiro de 2024. Herick Dornelas foi indiciado por homicídio triplamente qualificado – com as qualificadoras de motivo fútil, asfixia e feminicídio. Já Renata Alexandre Santana por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e asfixia. Os dois suspeitos também foram indiciados por ocultação de cadáver.
Brunna Letycia, jovem morta em Juiz de Fora
Reprodução/Instagram
“É importante lembrar que se trata de um tribunal de júri, que é bifásico. A primeira fase é a instrução probatória, onde se juntam provas e se pedem diligências. Após a instrução probatória, começa a segunda fase do júri, que é o julgamento pelo tribunal do júri. Assim que o laudo de insanidade mental for complementado e retornar aos autos, ele será analisado pelas partes e pelo juiz”, explicou a advogada Eleonora Lucena. Só então será decidido se os réus vão a júri popular ou não.
Já em relação à situação de Erick Dornelas, a Defensoria Pública de Minas Gerais, responsável pela defesa dele, informou que, em casos da área criminal, se manifesta apenas nos autos para não prejudicar o andamento do processo.
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