Em discurso de despedida da Casa Branca, Biden diz que o legado dele ficará mais evidente a longo prazo

Na segunda-feira (20), depois da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, Joe Biden vai tirar uns dias de férias. O presidente americano, Joe Biden, fez na quarta-feira (15) um discurso de despedida. Na segunda (20), ele vai entregar o cargo a Donald Trump.
Joe Biden não concedeu a tradicional coletiva à imprensa de fim de mandato. Escolheu o Salão Oval para se despedir. O presidente só foi ali falar com o povo americano outras quatro vezes: em momentos de crise e quando desistiu da disputa à reeleição. Na mensagem final, usou um tom sóbrio e reflexivo:
“Nos últimos quatro anos, nossa democracia se manteve forte. E todos os dias, mantive meu compromisso de ser presidente de todos os americanos durante um dos períodos mais difíceis da história da nossa nação”.
Biden disse que o legado dele ficará mais evidente a longo prazo:
“As sementes estão plantadas e crescerão e florescerão por décadas. Criamos 17 milhões de novos empregos, mais do que qualquer outro governo de um mandato. Mais pessoas têm plano de saúde. Nós fortalecemos a Otan. A Ucrânia ainda é livre. E nós passamos na frente na competição com a China”.
Antes de entregar a chave do Salão Oval a Donald Trump, o presidente fez uma série de alertas sobre o abuso do poder:
“Há uma concentração perigosa de poder na mão de pouquíssimos ultra ricos. Hoje, uma oligarquia – da riqueza extrema, de poder e de influência – está tomando forma na América. Isso ameaça toda a nossa democracia”.
O termo oligarquia, que o presidente usou, define um regime de governo em que um pequeno grupo de pessoas toma decisões políticas e econômicas. Biden alertou sobre os riscos da ganância para a crise climática.
“Forças poderosas querem exercer sua influência descontrolada para eliminar as medidas que tomamos para enfrentar a crise climática e servir seus próprios interesses. Não devemos ser intimidados a sacrificar o futuro de nossos filhos e netos”, afirmou Joe Biden.
Presidente Joe Biden faz discurso de despedida na Casa Branca, em 15 de janeiro de 2025
Mandel Ngan/Pool via Reuters
Lembrou o perigo que as fake news representam para a democracia:
“Redes sociais estão desistindo de checar fatos. A verdade é sufocada por mentiras contadas por poder e lucro. Precisamos responsabilizar as plataformas sociais para proteger nossas crianças, nossas famílias e nossa democracia do abuso de poder”.
Por fim, Biden advertiu para os riscos do abuso de poder em todas as esferas do governo, inclusive na Presidência:
“Precisamos emendar a Constituição para deixar claro que nenhum presidente é imune a crimes que ele ou ela comete enquanto está no cargo. O poder do presidente é limitado, não é absoluto, e não deveria ser”.
Em julho de 2024, a Suprema Corte decidiu que presidentes são imunes por crimes cometidos no cargo.
Biden encerrou a despedida com um agradecimento e um apelo:
“Após 50 anos de serviço público, dou minha palavra: ainda acredito na ideia que esta nação defende, uma nação onde a força de nossas instituições e o caráter de nosso povo importam e devem perdurar. Agora é sua vez de ficar de guarda”.
Joe Biden só tem mais três dias na Casa Branca. No domingo (19), vai fazer uma visita à Carolina do Sul, o primeiro estado que deu a ele a chance tão sonhada de ser presidente; o primeiro estado a elegê-lo na primária do Partido Democrata. Na segunda-feira (20), depois da posse de Donald Trump, vai tirar uns dias de férias. Mas o homem que ficou 50 anos na vida política já prometeu que não vai desaparecer:
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