Ações da Azul e da Gol disparam após anúncio de fusão

Na véspera, o grupo controlador da Gol informou que assinou um memorando de entendimento com a Azul com o objetivo de unir negócios no Brasil. Negociação está em fase inicial. Aviões da Azul e da Gol
Ministério da Saúde/Divulgação e Celso Tavares/G1
As ações da Azul e da Gol operavam em alta nesta quinta-feira (16), à medida que investidores repercutiam a notícia de uma potencial combinação dos negócios das duas companhias.
Enquanto os papéis da Azul disparavam mais de 7% no início do pregão, os papéis da Gol avançavam mais de 15%. Vale lembrar que, nesse último caso, as ações da companhia estão listadas na B3, bolsa de valores brasileira, sob o título de “Outras Condições”. A medida veio após a Gol ter entrado com pedido de reestruturação nos EUA (entenda mais abaixo).
Caso se concretize, a união das empresas formaria uma gigante do setor de aviação, que passaria a deter 60% do mercado doméstico — acima dos 40% detidos pela concorrente Latam, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
A notícia de uma possível fusão foi divulgada na véspera, pelo grupo Abra, controlador das companhias aéreas Gol e Avianca. A empresa informou que assinou um memorando de entendimento com a Azul com o objetivo de unir negócios no Brasil.
Em comunicado a investidores, a Gol informou que o acordo representa a fase inicial de um processo de negociação que visa “explorar a viabilidade de uma possível transação”.
Caso a combinação se confirme, as duas companhias devem manter suas marcas e certificados operacionais de forma independente.
“As melhorias nas ofertas aos clientes e as eficiências geradas por esta operação permitirão que a entidade resultante continue crescendo e desenvolvendo a aviação no Brasil, através de uma malha que serve o maior número de destinos no Brasil, apoiada por uma frota flexível, com foco na excelência do atendimento”, afirmou a Azul em comunicado divulgado a investidores, na véspera.
Conforme o acordo assinado nesta quarta, a união dos negócios entre Gol e Azul está sujeita à “consumação do plano de reorganização no âmbito do procedimento de Chapter 11” e a “outras condições e aprovações para o fechamento a serem negociadas”.
Dificuldades pós-Covid
As duas companhias aéreas têm enfrentado dificuldades financeiras desde a pandemia de Covid-19, tendo sido forçadas a reestruturar dívidas e gerenciar custos.
De um lado, a Azul precisou fechar acordos no ano passado para conseguir eliminar obrigações financeiras e obter mais capital. De outro, a Gol precisou entrar com um pedido de reestruturação nos Estados Unidos, o chamado “Chapter 11”, que se refere ao Capítulo 11 da Lei de Falências norte-americana e é semelhante ao processo de recuperação judicial no Brasil.
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“A companhia continua focada em concluir as etapas restantes dos seus procedimentos do Chapter 11 em andamento, com o objetivo de emergir de seu processo de reestruturação como uma companhia independente e capitalizada”, disse a Gol em comunicado.
À época do pedido, a empresa afirmou que o objetivo do processo seria reestruturar suas obrigações financeiras de curto prazo e “fortalecer sua estrutura de capital para ter sustentabilidade no longo prazo”. As dívidas da companhia eram estimadas em R$ 20 bilhões.
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