Veto a pontos da renegociação de dívidas estaduais pode engrossar lista de insatisfação do Congresso com Planalto

Lula durante evento no Palácio do Planalto.
Evaristo Sá/AFP
O possível veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a dispositivos do projeto de renegociação das dívidas estaduais tem potencial para aumentar a insatisfação do Congresso com o governo antes mesmo da retomada dos trabalhos do Legislativo em fevereiro.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que Lula deve vetar trechos do projeto que tenham impacto no resultado primário do governo federal, ou seja, que possam aumentar o déficit primário.
Senado aprova novo projeto que permite reduzir a dívida dos estados com a União
A insatisfação será maior, neste caso, no Senado. O projeto foi de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e negociado por senadores para atender pedidos de governadores que enfrentam dificuldades no pagamento de suas dívidas, principalmente Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.
O veto a artigos da renegociação das dívidas estaduais vai se juntar a outros criticados até pela base aliada do governo Lula. Alguns deles:
veto a dispositivo que proibia bloqueio de emendas impositivas;
veto a dispositivo que poderia aumentar verba de fundo partidário;
veto a benefícios para termelétricas a carvão e gás que iriam aumentar a conta de luz dos consumidores;
veto a ser feito nesta segunda sobre dispositivos da renegociação de dívidas estaduais que podem ter impacto no resultado fiscal do governo.
Para reduzir essa insatisfação, o caminho recomendado por interlocutores do presidente Lula é uma reforma ministerial.
Na semana passada, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que o presidente Lula pode fazer algumas mudanças na sua equipe ministerial antes da próxima reunião ministerial, a princípio agendada para o dia 21 de janeiro.
Se a programação se confirmar, essa será uma semana de negociações de Lula com sua base aliada para ocupação de espaços na Esplanada dos Ministérios.
Os partidos do Centrão — bloco informal que reúne parlamentares de legendas de centro e centro-direita — estão pressionando Lula a colocar um nome deles dentro do Palácio do Planalto.
O nome de Silvio Costa Filho, hoje ministro de Portos e Aeroportos, é citado para comandar a Secretaria de Relações Institucionais.
Nesse caso, Alexandre Padilha poderia ser deslocado para o Ministério da Saúde, que ele já comandou no passado, saindo do governo a ministra Nísia Trindade. Silvio Costa Filho é do Republicanos, mesmo partido do provável novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta.
Além desta mexida, Lula pode trocar ainda o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, e a ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos. Outro nome citado é o do ministro da Defesa, José Múcio, que já manifestou desejo de deixar o posto, mas Lula tenta segurá-lo na equipe.

Advertisement

Keep Up to Date with the Most Important News

By pressing the Subscribe button, you confirm that you have read and are agreeing to our Privacy Policy and Terms of Use
Advertisement