Policiais afastados por agredirem idosa em Barueri, na Grande SP, voltam à ativa um mês após o caso

Caso ocorreu em dezembro de 2024 e foi gravado por testemunhas. PMs registraram desacato, resistência, lesão corporal e abuso de autoridade. Doze policiais foram afastados em dezembro e 11 voltaram à ativa neste mês de janeiro. Família diz ter sido agredida por PMs em Barueri
Onze dos 12 policiais militares afastados da corporação por agredirem uma mulher de 63 anos e aplicarem um golpe de mata-leão no filho dela em Barueri, na Grande São Paulo, em dezembro do ano passado, voltaram à ativa.
A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado. Em nota, a pasta informou que apenas “um policial está afastado das atividades operacionais e permanece à disposição da Corregedoria da Polícia Militar, que apura o caso”.
A SSP acrescentou que “a Polícia Militar não compactua com desvios de conduta e pune exemplarmente aqueles que infringem a lei e desobedecem aos protocolos da Corporação”.
Os 12 agentes foram afastados um dia após as agressões, que aconteceram em 5 de dezembro de 2024, na garagem da família. Vídeos gravados por testemunhas e obtidos pela TV Globo registraram a cena violenta.
Policiais agridem família durante abordagem na garagem deles
Reprodução
Agressão
Matheus Higino Lima Silva, de 18 anos, e Juarez Higino Lima Junior, de 39, estavam na calçada com uma moto próximo à residência, quando foram abordados por PMs na Rua Mar Negro. O veículo estava com a documentação atrasada, por isso os agentes iriam apreender a motocicleta.
Pai e filho resistiram à ação e correram para o interior da garagem. Segundo a versão da PM, apresentada no boletim de ocorrência, eles teriam xingado os agentes de “seus lixos”.
Com a chegada de reforços, eles entraram no imóvel, agredindo a família com golpes de cassetete. A abordagem se transformou em uma confusão generalizada. Nas imagens, é possível ver que um dos PMs chegou a aplicar em Juarez um golpe de mata-leão, proibido pela instituição desde 2020.
No vídeo, Lenilda Messias Santos Lima, mãe de Juarez, ainda aparece com o rosto sangrando e aos prantos. Ela é empurrada e chutada por um policial, que puxa a idosa pela gola do casaco.
À TV Globo, Juarez contou que os policiais entraram na casa sem mandado e de forma violenta.
“Eles vieram e deram um monte de pontapé, empurraram a porta e abriram. Do jeito que eles abriram, já entraram com pistola na nossa cara, com laser, as pistolas com luz verde na nossa cara, arma grande e o cassetete batendo em todo mundo. Pegaram meu filho e levaram para o canto. Batendo nele todo o tempo e virou aquela confusão generalizada. Uma verdadeira cena de terror.”
Em razão dos ferimentos, Juarez, Matheus e Lenilda foram levados para o Pronto Socorro Central de Barueri (Sameb) e depois encaminhados à Delegacia de Polícia de Barueri. O caso foi registrado como desacato, resistência, lesão corporal e abuso de autoridade.
Em depoimento, os policiais justificaram a entrada na casa sem autorização e o uso da força pela “caracterização do estado flagrancial em que se encontrava Matheus, o qual teria praticado, em tese, o crime de desacato contra os policiais”.

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