Geografia da Califórnia e mudanças climáticas ajudam a entender os incêndios sem precedentes

Montanhas de Santa Ana canalizam o ar seco que vem do deserto. Os ventos atingem os 70km/h ao chegar a Los Angeles. Geografia da Califórnia e mudanças no clima ajudam a entender incêndios sem precedentes
A geografia da Califórnia e as mudanças climáticas ajudam a entender os incêndios sem precedentes no estado.
No alto das montanhas americanas, na região onde fica o gelado Parque Nacional de Yellowstone, se forma com frequência uma zona de alta pressão. Isso quer dizer que geralmente não há nuvens no céu, o ar é seco e tende a descer. Em outra parte dos Estados Unidos, no sul da Califórnia, onde fica a fronteira com o México, há uma zona de baixa pressão. Isso quer dizer que o ar tende a subir e pode formar nuvens e furacões.
Parece que elas estão longe uma da outra, mas não para o planeta. A diferença de pressão entre esses dois sistemas faz com que o ar se desloque de cima para baixo como se fosse um rio. É como se o sul da Califórnia sugasse o ar das montanhas. E quando esse ar se transforma em vento e desce as montanhas em queda livre, ele encontra o deserto da Califórnia – um dos lugares mais quentes e secos do planeta. Quando passa por lá, o vento aquece e a umidade evapora.
Geografia da Califórnia e mudanças climáticas ajudam a entender os incêndios sem precedentes
Jornal Nacional/ Reprodução
Mas, logo depois, há uma nova cadeia de montanhas – chamadas de montanhas de Santa Ana. O vento encana pelos morros e chega com fúria na cidade de Los Angeles. Esse vento quente e seco é famoso na cidade. Tem até nome: vento de Santa Ana. É o que faz as palmeiras balançarem nos filmes de Hollywood.
Mas com o aquecimento do planeta, esses ventos se tornaram uma das maiores ameaças para a própria sobrevivência da cidade. Com o aumento da temperatura, a seca seca o solo e as plantas. Qualquer faísca pode começar um incêndio como se fosse palha.
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E também por causa das mudanças climáticas, aquele sistema de alta pressão nas montanhas fica mais intenso. O de baixa pressão também. Isso cria ventos ainda mais fortes e mais secos. Nesta quinta-feira (9), em Los Angeles, eles passam de 70 km/h e têm menos de 1% de umidade, ou seja, nenhum vapor misturado a esse vento que acalme as chamas. O fogo se alimenta do ar seco em rajadas violentas e nem os bombeiros conseguem controlar.
Amy Jaffe, espcecialista em política climática da Universidade de Nova York, disse ao Jornal Nacional que os incêndios vão piorar; que nessa catástrofe há fogo onde os modelos científicos apontavam que não haveria. É um grito de alerta.
Geografia da Califórnia e mudanças climáticas ajudam a entender os incêndios sem precedentes
Jornal Nacional/ Reprodução
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