Quase 50 toneladas de lixo eletrônico são descartadas todo mês em Uberlândia; saiba como fazer o processo de forma correta

O lixo que vai para o Aterro Sanitário é todo aquele descartado pela população e recolhido pelo caminhão de lixo da coleta urbana; saiba como o descarte deve ser corretamente realizado. Aterro Sanitário em Uberlândia
Prefeitura de Uberlândia/Divulgação
Todo mês, 47,9 toneladas de eletrônicos são descartadas no Aterro Sanitário de Uberlândia. Esse número representa 0,00253% de todo o material descartado no local no período. Os dados são do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), responsável pela coleta de lixo no município.
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O lixo que vai para o Aterro Sanitário é todo aquele descartado pela população e recolhido pelo caminhão de lixo da coleta urbana. A lei que regulamenta o descarte de lixo eletrônico no Brasil prevê responsabilidade para todos os envolvidos no ciclo de vida do produto, incluindo fabricantes, comerciantes, consumidores, entre outros.
💡 O que é? Lixo eletrônico é todo o lixo ou resíduo resultante de equipamentos eletrônicos descartados, ou seja, que usa energia elétrica, pilha ou bateria para funcionar. Esses dispositivos incluem computadores, telefones celulares, TVs e eletrodomésticos, bem como componentes eletrônicos menores como placas de circuito impresso, cabos e baterias.
O g1 conversou com Leonardo Brune Fernandes, da Coleta e descarte de eletrônicos (Codel) em Uberlândia, para entender o que faz do descarte incorreto prejudicial e como ele deve ser de fato realizado.
Utilizações
Segundo Leonardo, o lixo eletrônico é classificado em linhas: azul, verde e marrom; cada uma responsável por identificar um tipo de item.
“A gente passa pela linha azul, que são pequenos eletrodomésticos, uma batedeira, um liquidificador, prancha de cabelo. A linha verde, que é a mais comum, é informática e telefonia, celulares, impressoras, computadores. A última é a marrom, de áudio e vídeo, televisão, videocassete e assim por diante. São esses equipamentos que já chegaram no seu final de vida, que não têm mais utilidade do usuário”, explica.
Atualmente, contudo, o lixo eletrônico está recebendo uma nova nomenclatura: resíduo de equipamento eletro-eletrônico, cuja sigla é REE.
“Por mais que o equipamento tenha chegado ao fim da vida para o usuário, ele ainda tem riquezas. Temos plásticos recicláveis, metais de vários tipos, ouro, prata, cobre. Materiais que voltam para a cadeia produtiva desde que tenham um atendimento adequado, por isso não o tratamos como lixo, mas sim resíduo.”
Coleta e descarte de eletrônicos (Codel) em Uberlândia
Codel/Divulgação
Prejudicial
Entre os REE, existem aqueles materiais que são, de fato, lixo e não podem ser reutilizados.
“O descarte incorreto deles se torna um problema porque como tem metais valiosos na composição, também podem ter metais pesados”, explica.
São exemplos a lâmpada de mercúrio, baterias com lítio, materiais com chumbo e arsênio e microplásticos. Esses materiais trazem problemas ao meio ambiente se descartados de forma inadequada.
Segundo Leonardo, o mercúrio, por exemplo, ao ser descartado no solo pode sofrer um processo de lixiviação. Ao chover, ele entra no solo, subsolo e pode contaminar as águas.
“A mesma água que bebemos, regamos as plantas, damos de beber para os animais. A gente acaba consumindo, por exemplo, a alface regada com água contaminada e assim por diante”, exemplifica Leonardo.
O empresário explica que outro problema é o fato desses materiais serem o tipo de material que mais cresce.
“Todos nós temos pelo menos um celular no bolso, que vai virar resíduo. Produtos que não eram eletrônicos, estão se tornando. Carros e motos, antes à combustão, agora estão se tornando elétricos. Energia fotovoltaica é outro exemplo. É um resíduo que cresce exponencialmente.”
“O plástico duro, por exemplo, que é pouco reciclado no Brasil, vai parar em aterros sanitários ou industriais. Então, chega na questão dos microplásticos, que são muito prejudiciais também.”
Separação do resíduo de equipamento eletro-eletrônico, cuja sigla é REE
Codel/Divulgação
Descarte adequado
Em Uberlândia, o descarte adequado é possível por empresas privadas, como a Codel, que fazem o recolhimento deste tipo de material e dão a devida destinação.
Segundo Leonardo, a empresa trabalha com dois caminhos: a reutilização e a manufatura reversa. Na reutilização, pegam um equipamento eletroeletrônico que tem condição de uso ainda, mas que para aquela empresa ou pessoa que descartou já não é mais útil.
“Recebemos materiais diretamente das pessoas que descartam e realizamos todo o processo de preparação dos equipamentos. Isso inclui testes, limpeza e ajustes necessários para ficarem prontos para venda. Comercializamos produtos como computadores, notebooks e monitores a preços mais acessíveis, temos notebooks disponíveis em nossas prateleiras a partir de R$ 600. Dessa forma, promovemos o acesso à tecnologia de forma mais inclusiva, incentivando a reutilização sustentável”, explica.
A manufatura reversa, por outro lado, ocorre quando o aparelho já não tem mais utilização possível. Então, ele é desmontado e as peças vendidas.
“A gente separa o plástico de um produto e manda para a indústria do plástico. A indústria do plástico vai triturar, derreter esse plástico e vai fazer outro plástico, matéria-prima para outros bens de consumo. Temos metais em um computador, por exemplo, então vai ter ferro, alumínio, cobre, dentre outros. Esses metais vão parar na siderúrgica e lá são derretidos e vão virar matéria-prima para outros bens de consumo também.”
A Codel está na Rua Ituiutaba, 470, no Bairro Nossa Senhora Aparecida, e os contatos com a empresa são pelo número (34) 98406-9880 ou por e-mail [email protected].
Outras coletas
Ecoponto Uberlândia
Prefeitura de Uberlândia/Divulgação
O g1 entrou em contato com a Prefeitura de Uberlândia para entender como resíduos eletrônicos e lixos de outros tipos podem ser destinados na cidade. Veja a nota, na íntegra:
“A Prefeitura de Uberlândia esclarece que a destinação de lixo eletrônico (pilhas, controle remoto, eletroeletrônicos, entre outros), conforme estabelecido pelo Programa Nacional de Logística Reversa, é de responsabilidade do gerador, transportador e do consumidor do produto. No município, há empresas privadas que fazem o recolhimento deste tipo de material e dão a devida destinação.
Além disso, a Prefeitura de Uberlândia e o Dmae informam que materiais recicláveis podem ser destinados à coleta seletiva (veja os dias e locais). Já outros derivados, como eletrodomésticos e eletroeletrônicos, podem ser entregues nos 13 ecopontos (veja os endereços) ou solicitado o recolhimento pelo Cata-treco que pode ser acionado por meio do Serviço de Informação Municipal (SIM), pelo 3239-2800.”
O Dmae, por sua vez, comunicou que:
“No portal do Dmae, estão disponíveis os locais onde a população pode realizar o descarte reverso de lixo eletrônico. O óleo de cozinha usado pode ser entregue em Pontos de Entrega Voluntária, informados na página do Dmae, e também para a coleta seletiva. Remédios vencidos devem ser devolvidos para as unidades de saúde e farmácias por conta da Logística Reversa.”
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