Ciclo natalino é encerrado com coroação da Rainha das Taieiras em Sergipe

A celebração abre a programação do Encontro Cultural de Laranjeiras, que acontece até o dia 12 deste mês. Cacimbis carregam andor com imagem de nossa senhora do rosário
Leonardo Barreto/ TV Sergipe
O primeiro final de semana de janeiro é marcado para uma tradição secular mantida por gerações, no município de Laranjeiras, distante 23 quilômetros de Aracaju. Neste domingo (5), na igreja dedicada à Nossa Senhora do Rosário e São Benedito aconteceu a coroação da Rainha das Taieiras, encerramento o ciclo natalino e abrindo a programação do Encontro Cultural de Laranjeiras, evento que acontece há 50 anos, que vai até o dia 12 de janeiro.
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Com seus vestidos brancos enfeitados de fitas coloridas, o grupo Taieira é formado pela Rainha, acompanhada dos seus ministros, capacetes e dançarinas.
Momento em que o celebrante retira a coroa da imagem de Nossa Senhora do Rosário.
Leonardo Barreto/ TV Sergipe
Coroação da Rainha das Taieiras em Sergipe
Leonardo Barreto/ TV Sergipe
A programação começa com uma missa. No final da missa, o padre celebrante retira a coroa da imagem de Nossa Senhora do Rosário e coloca na cabeça da Rainha da Taieira. Nesse momento os sinos da igreja tocam, fogos estouram e os grupos folclóricos dançam e cantam louvores para os Santos e para a Rainha da Taieira.
Segundo o secretário de Igualdade Racial de Laranjeiras, Gabriel Lourenço, o ritual é uma especie de reparação histórica, quando a igreja católica reconhece o reinado do povo negro, que antes de serem escravizados no Brasil eram reis e rainhas na África.
Durante o ritual, crianças e adolescentes participam, mantendo uma tradição secular.
A pequena Maria Clara vestida com a roupa de Taieira.
Leonardo Barreto/ TV Sergipe
A técnica de enfermagem Ivilly Ferreira, segura nos braços a pequena Maria Clara de um ano, já vestida com a roupa de Taieira. “Meu marido é aqui de Laranjeiras, a família dele mantém essa tradição e minhas filhas já entraram. Acho muito importante manter a preservação dessa cultura”, falou.
Para a fotógrafa Adriana Hagembeck, a coroação da rainha das Taieiras é uma manifestação única que precisa ser valorizada. “É algo único que temos aqui. As pessoas precisam conhecer a beleza dessa manifestação”, pontuou.
O padre Francisco de Assis explicou que apesar das manifestações folclóricas acontecerem normalmente na rua, nascem com a intenção religiosa de louvar o menino Jesus. “Essa manifestação é um sinal que Deus usa para dizer que querem todos juntos”, finalizou.

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