Ministros de Relações Exteriores da França e da Alemanha se encontram com novo líder da Síria


Mohammad Al Jolani deixou para trás o nome de guerra e, agora, responde por Ahmed Al Sharaa, nome de nascimento. Ministros de Relações Exteriores da França e da Alemanha se encontram com novo líder da Síria
Reprodução/TV Globo
Ministros de Relações Exteriores da França e da Alemanha se encontraram, nesta sexta-feira (3), com o novo líder da Síria.
Ele trocou a farda de rebelde islâmico pelo paletó, aparou a barba, moderou o tom extremista jihadista do passado e hoje expõe ideias de diálogo e inclusão das minorias – até religiosas. Mais do que isso, ele mudou de nome. Mohammad Al Jolani deixou para trás o nome de guerra que remetia às Colinas de Golã, origem da família e território ocupado por Israel. Agora, responde por Ahmed Al Sharaa, nome de nascimento.
Foi este aparente novo homem que recebeu nesta sexta-feira (3) os ministros das Relações Exteriores da Alemanha e da França no Palácio do Povo, em Damasco. Os primeiros da União Europeia a tentar abrir um caminho de esperança para o país do Oriente Médio, depois da queda de Bashar al-Assad, no início de dezembro de 2024, e de 13 anos de guerra civil.
O chanceler francês Jean-Noël Barrot insistiu na importância de se evitar um ressurgimento do terrorismo islâmico e disse que agora é necessário uma transição política para a construção de um país com participação de todas as comunidades, sem discriminação de religião ou gênero.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, disse que seu país e a União Europeia querem um novo começo para uma Síria soberana.
“Mas não devemos nos iludir, a Síria ainda está presa entre dois mundos”, disse a ministra.
Ela acrescentou que o fim das sanções econômicas dependerá do processo político, e que a Europa não financiará a criação de novas estruturas islâmicas extremistas.
Os governos do Ocidente ainda discutem com cautela a possibilidade de cancelar a designação de terrorista do grupo muçulmano sunita que já foi afiliado à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico, e que hoje está no poder.
Os dois ministros também visitaram a prisão mais conhecida da Síria, o complexo de Sednaya, onde ocorreram décadas de violação dos direitos humanos. Do lado de fora, ex-prisioneiros comemoravam a liberdade e lembravam aqueles que morreram na prisão.
O presidente francês Emmanuel Macron está disposto a promover uma conferência internacional para acompanhar a transição da Síria. O governo de rebeldes promete agir igualmente em nome de todos os sírios. E ainda que nem todos acreditem nisso, para a Europa, não resta alternativa senão apoiá-lo.
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