Lula não vai à posse de Maduro, mas também não foi convidado para a cerimônia até o momento


Segundo integrantes do governo brasileiro, a 7 dias da cerimônia, não houve nenhum convite para o evento. E há dúvidas sobre a presença de representantes estrangeiros na posse. A primeira-dama da Venezuela, Cilia Flores, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silve, e a primeira- dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, durante recepção de boas-vindas ao casal venezuelano, no Palácio do Planalto, em Brasília, na manhã desta segunda-feira (29).
GESIVAL NOGUEIRA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O presidente Lula e seus assessores de política externa terminaram 2024 com cálculos feitos para o cenário internacional de 2025. E uma das certezas era sobre a posse de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela, depois de um processo eleitoral questionado.
A cerimônia acontece no próximo dia 10. Se convidado, o Brasil será representado pela embaixadora do país em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira.
A questão é: o Brasil ainda não recebeu um convite formal do governo Maduro para a posse. Nem o Palácio do Planalto, nem o Itamaraty receberam o documento.
Maduro se esforça para passar imagem de moderado
O entendimento é de que a Venezuela está se reposicionando, em termos de postura, com o Brasil. E há grande dúvida sobre se haverá qualquer representação de convidados estrangeiros na posse de Maduro.
A eleição presidencial da Venezuela foi marcada por suspeitas de fraude, e resultou na ordem de prisão do opositor Edmundo González.
O governo brasileiro atuou como observador internacional das eleições, e, até hoje, aguarda a divulgação das atas para considerar válidos os resultados da autoridade eleitoral venezuelana, que proclamou Nicolás Maduro como presidente reeleito. A oposição diz que houve fraude.
Na avaliação de diplomatas brasileiros, o Brasil tem como desafio encontrar espaço para, mesmo que com uma relação fria como aposta, manter o máximo de portas abertas para um diálogo diplomático com a Venezuela.
“O resultado eleitoral não foi o que o Brasil esperava, apesar das nossas tentativas para normalizar a situação. Mas o mais importante neste processo foi ter mostrado a Maduro que há um custo político grande em não respeitar observadores externos com o Brasil”, afirmou um integrante do Itamaraty.
Distanciamento
Montagem com as fotos de Nicolás Maduro e Lula
g1, com fotos de Leonardo Fernandez Viloria/Reuters (Nicolás Maduro), Ricardo Stuckert/Presidência da República (Lula)
Nicolás Maduro, que foi recebido por Lula com honras de chefe de Estado em maio de 2023, começou uma ofensiva contra o Brasil nos últimos meses.
O governo da Venezuela classificou o posicionamento do Brasil como intervencionista. O conflito voltou a escalar, em outubro, depois de a Venezuela não ter sido incluída na lista de 13 países que serão convidados a integrar o Brics — bloco que reúne economias emergentes e do qual o Brasil faz parte — como parceiros.
O governo venezuelano atribuiu a ausência na lista a um veto do Brasil, classificado como uma “agressão inexplicável”.
Segundo apuração da TV Globo, o governo brasileiro fez pressão política para que Venezuela e Nicarágua não entrassem na lista.
No fim de outubro, a polícia venezuelana fez uma postagem com a foto da bandeira do Brasil e a frase “Quem se mete com a Venezuela se dá mal”. Sobreposta à bandeira brasileira estava a silhueta de um homem que se assemelha à de Lula.
Brasil vê com surpresa ataques em ‘tom ofensivo’ da Venezuela contra Lula e diplomatas
Um dia depois, já em novembro, o Itamaraty divulgou uma nota na qual classifica como “ofensivo” o tom das declarações da Venezuela.
Em seguida, o regime Maduro voltou a criticar o Brasil e disse que o governo brasileiro promove “agressão descarada e grosseira” contra o presidente venezuelano.

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